A publicidade de oportunidade ainda está viva em Portugal.
As redes sociais da terrinha se agitaram nos últimos dias com um cartaz veiculado em vários mobiliários urbanos pela loja de móveis Ikea, vendendo uma estante. No título, a frase “Boa para guardar livros. Ou 75.800€”.
Acontece é que 75.800€ foi exatamente o valor apreendido, durante a chamada “Operação Influencer”, do Ministério Público de Portugal, na sala de Vítor Escária, chefe de gabinete de António Costa, que era primeiro-ministro português até renunciar em novembro de 2023 por conta do escândalo.
A peça foi criada pela agência Uzina e dividiu os portuguêses, pelo fato de a Ikea ser uma empresa sueca, ou seja, não ser local. Como o país está em plena época eleitoral, partidários de Costa buscaram até lembrar que o fundador da Ikea, Ingvar Kamprad, chegou a pertencer a grupos nazistas na Alemanha.
Por outro lado, a coragem da empresa em brincar com a oportunidade — o que poucos anunciantes, inclusive no Brasil, têm mais — levou a comentários como “nenhuma grande empresa portuguesa teria coragem para pôr na rua uma campanha publicitária como esta”.
Em entrevista à mídia, Cláudia Domingues, country communication manager da Ikea Portugal, declarou: “não nos levamos muito a sério e gostamos de estimular o sorriso dos nossos clientes e consumidores”.
E a diretora de criação da Uzina, Susana Albuquerque, afirmou em entrevista ao jornal Expresso, que “não há nenhuma intenção partidária, não há uma associação a um partido X ou Y, não há de todo essa intenção de fazer apologia desta ou daquela cor partidária. Isto faz parte da cultura popular do momento e do contexto que se está a viver, que neste caso é um contexto político”.
Boa sacada. O Gustavo deve estar se roendo de inveja.
Hahahahaha, estou mesmo, querido Accioly! É bom ver propaganda boa de oportunidade, mas se fosse minha seria ainda melhor! Hahahaha